“The most effective antidote to low productivity and inefficiency must be implemented at the system level, not the individual level.”
Se esta publicação tivesse um “like” por cada pessoa que sente que passa “o dia a apagar fogos no trabalho”, o algoritmo do Linkedin implodia.
Isto é o dia-a-dia das empresas onde o trabalho ainda é feito à custa de solicitações urgentes ou de telefonemas típicos a perguntar onde está determinado documento de determinado projecto – do outro lado, a pessoa que já se arrependeu de atender o telefone, teve de interromper o que estava a fazer para ir atender as necessidades alheias, de baixíssimo valor acrescentado.
Qualquer gestor ficaria escandalizado se uma máquina de produção tivesse de ser parada e recalibrada a cada 15 minutos para iniciar um novo trabalho não programado, com um motim garantido do diretor de produção obcecado com os seus KPI.
Nestas empresas, como não existe uma definição de “como se trabalha”, ou como bem diz Cal Newport “We just hook everyone up to an email address or Slack channel and tell them to rock and roll”, o trabalho é feito à custa de um ambiente contínuo de “on demand” de resposta imediata a emails que chegam e telefones que tocam. Isto resulta em desgaste e “burnout” das pessoas.
Por isso acredito que a semana de 4 dias (enquanto sistema, evidentemente) venha, de alguma forma, obrigar a criar mais disciplina no trabalho e a limitar este excesso de conveniência no acesso e mobilidade dos meios de trabalho. É aplicar a Lei de Parkinson ao trabalho e a favor da eficiência.
De cada vez que pegares no telefone ou mandares uma mensagem a perguntar pelo ficheiro que está no sistema ACESSÍVEL A TODOS, lembra-te: também és parte do problema.
Este artigo apresenta boas soluções e, melhor que tudo, exequíveis. Para o leres em papel, só tens de pegar no telefone e perguntar onde está a impressora.
Publicado originalmente no Linkedin em Maio 2023