Há ideias que são, a um nível individual, tão óbvias que até custa perceber como é que mais ninguém as vê. Uma espécie de “O rei vai nu!” frustrante dada a solidão associada a esse pensamento.
A “Semana de trabalho de 4 dias” encaixa nessa categoria, para mim.
Eu sei que é boa prática suportarmos as nossas convicções com dados, factos e números que tornem os nossos argumentos sólidos e consistentes, evitando que as discussões caiam na inanidade da rivalidade futebolística (apesar de, como diz Adam Grant em “Think Again”: ‘facts don’t change people’s minds’).
Ainda assim, decidi pôr o meu “confirmation bias” a esteróides e, após 2 anos em falta, consegui começar o “Sexta-feira é o novo Sábado”, do Pedro Gomes.
Retive 3 ideias principais (só vou a metade do livro) sobre a Semana de 4 Dias:
– aumenta a produtividade (Lei de Parkinson!)
– ganha o Planeta e as famílias
– promove a inovação e a criatividade
É engraçado como os argumentos de há 100 anos (da redução da semana de trabalho de 6 dias) se mantêm actuais, assim como as mesmas resistências dos mesmos grupos privilegiados, de hoje e de então.
A luta continua.
PS – na minha bolha social, dizer que o Pedro é fã assumido de Catan serviria para implementar a S4D em menos de 1 ano
(Originalmente publicado no LinkedIn a 22 Junho 2023)